quinta-feira, 7 de maio de 2009

Violência ameaça plano de Obama


Iraque: Deserção de milícias aliadas dos EUA explica aumento de atentados


Correio da Manhã, Portugal - O passado mês de Abril foi o mais sangrento no Iraque desde Setembro do ano passado. Pelo menos 18 militares dos EUA, 371 civis iraquianos e 80 peregrinos do Irão perderam a vida em ataques de grupos armados e atentados à bomba, numa escalada de violência que poderá ser explicada pela deserção das milícias sunitas que colaboravam com as tropas norte-americanas. A gravidade da situação pode pôr em causa a retirada das tropas dos EUA, que o presidente Barack Obama quer ver concluída até final de 2010. O regresso das milícias – conhecidas como ‘Despertar’ ou ‘Filhos do Iraque’ – à luta sectária alimentada pela al-Qaeda ocorreu depois de os pagamentos efectuados pelos EUA aos cem mil guerrilheiros sunitas terem sido transferidos, em Abril, para o governo do Iraque. Este empregou apenas cerca de cinco mil elementos nas forças de segurança, criando nos restantes um sentimento de revolta contra o primeiro-ministro xiita, Nouri al-Maliki. "A resistência regressou ao terreno e intensificou os ataques. O número de inimigos mortos está a aumentar", confirmou um líder do Conselho Político de Resistência do Iraque, que representa seis grupos sunitas. Em Washington, são cada vez mais os que apoiam o adiamento da retirada. É o caso de Richard Haass, presidente do Conselho para as Relações Internacionais: "Em minha opinião, o Iraque e os EUA terão de reajustar prazos e deixar milhares de efectivos para lá de 2011." Obama ainda não se pronunciou sobre o assunto. "WALL STREET VAI PERDER PESO" Em entrevista ao ‘The New York Times’, o presidente Barack Obama reafirmou ontem as suas prioridades económicas e frisou que, no novo cenário que se desenha para a saída da crise, Wall Street "não poderá representar metade da economia dos EUA". O presidente manifestou-se ainda optimista quanto ao futuro, salientando que não acredita que o seu país "vá perder as enormes vantagens que provêm da transparência, abertura e fiabilidade dos nossos mercados". Entre as mudanças a consolidar nos próximos anos, destacou a urgência de restabelecer o equilíbrio perdido entre "o fabrico de bens e a prestação de serviços". Por isso, uma das suas prioridades do presidente é apostar na formação superior de técnicos qualificados em áreas como a engenharia. VÍTIMAS CIVIS Os números relativos a vítimas civis variam muito consoante as fontes e métodos de contagem, situando-se entre os cerca de cem mil mortos (segundo o Iraq Body Count) e mais de um milhão (segundo a Opinion Research Business Survey). 4281 é o número de militares dos EUA que morreram no Iraque desde o início da invasão, em Março de 2003. 18 soldados norte-americanos perderam a vida em Abril deste ano em atentados da al-Qaeda e ataques das milícias iraquianas. BAIXAS NAS MILÍCIAS Os ataques das tropas da coligação contra a al-Qaeda e as milícias sunitas e xiitas no Iraque fizeram um número de mortos estimado em cerca de 25 mil. Este número inclui cerca de 1700 bombistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário