quarta-feira, 20 de maio de 2009

Exército anuncia morte de líder tâmil e fim da guerra de 26 anos no Sri Lanka

-- Refugiados tâmeis no Sri Lanka recebem alimento no campo de Vavuniya
O Sri Lanka anunciou que chegou ao fim a guerra civil entre o Exército cingalês e o grupo separatista Tigres Tâmeis. Um oficial anunciou na TV estatal que o líder rebelde dos Tigres pela Libertação do Tâmil Eelam (TLTE), Velupillai Prabhakaran, foi morto, e que pela primeira vez desde 1983 as forças armadas controlam a totalidade do território do país.

"Tropas heroicas libertaram toda a área dos Tigres Tâmeis em uma batalha final que matou mais de 250 rebeldes", disse o oficial durante um comunicado urgente exibido na emissora durante a tarde desta segunda (horário local).

Segundo o comunicado, Prabhakaran foi morto junto com dois de seus principais comandantes militares enquanto tentava fugir da zona de guerra em uma van que era seguida por um ônibus em que viajavam rebeldes. O Exército teria lançado mísseis contra os veículos.

As forças armadas disseram ter identificado o corpo de Prabhakaran entre os mortos e o presidente do país, Mahinda Rajapaksa, deve fazer um pronunciamento nas próximas horas.

"Podemos anunciar de maneira muito responsável que liberamos todo o país do terrorismo", anunciou o comandante do Exército do país, Sareth Fonseka.

"Todas as operações militares chegaram ao fim com a captura do último reduto rebelde", completou Fonseka.
Ofensiva final
Horas antes, durante o que as forças cingalesas chamaram de "a batalha final" de uma guerra que já matou mais de 65 mil pessoas em 26 anos, as forças cingalesas afirmar ter encontrado os corpos de vários rebeldes --entre eles o filho mais velho de Prabhakaran. Segundo o Exército, alguns deles cometeram suicídio ao constatarem que estavam encurralados.
Os Tigres Tâmeis haviam anunciado que decidiram "silenciar suas armas" após o Exército ter cercado o último reduto da guerrilha, mas o Exército afirmou que continuaria combatendo até matar todos os rebeldes.
Os Tigres Tâmeis lutam para criar um território independente para a minoria étnica tâmil, que sofreu discriminação nos sucessivos governos da maioria cingalesa. No passado, os rebeldes chegaram a controlar uma parte do norte e do leste do Sri Lanka e a formar forças próprias, uma significativa frota naval e uma ínfima frota aérea. Em janeiro deste ano, o governo do Sri Lanka decidiu iniciar a sua "ofensiva final" contra a guerrilha.
Desde então, os rebeldes perderam terreno. Nos últimos meses, ficaram confinados a uma faixa estreita de floresta e de praia na Província Oriental, que ficou anos sob controle efetivo dos rebeldes. Nesta zona de guerra estão, além dos rebeldes, entre 30 mil e 80 mil civis, estima a ONU (Organização das Nações Unidas).
Desde janeiro, conforme a ONU, cerca de 6.500 civis foram mortos na zona de guerra. Na quinta-feira passada (14), a Cruz Vermelha afirmou que o Sri Lanka passa por uma "catástrofe humanitária imaginável" e que a população "estava abandonada à própria sorte."

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